Pedro vai ao cinema #3 | Semana 02/12
Dezembro chega com filme polêmico, documentário e ballroom
Oi oi! Tudo bem com vocês?
Preciso começar dizendo que fui ao cinema ver Wicked e confesso que gostei. A Cynthia Erivo está maravilhosa e dei boas risadas com a Ariana Grande-Butera. Mas o que mais me chamou a atenção foi o figurino babadeiro, assinado por Paul Tazewell (indicado ao Oscar em 2022 por West Side Story)! Os looks da Madame Morrible (interpretada pela Michelle Yeoh, também maravilhosa, apesar de não ser uma grande cantora) são belíssimos.
Sobre história, há várias interpretações. Algumas falam sobre o poder da amizade, outras até sobre questões homoafetivas. A minha visão (pessimista?) é que o filme foca na falsidade, na inveja e na ganância, e a única personagem realmente boa (será mesmo?) é justamente a Bruxa Má. Agora, resta esperar a parte dois, que deve chegar aos cinemas no dia 21 de novembro de 2025.
Gente, o ano está acabando mas ainda tem estreias muito interessantes tanto nas salas de cinema, quanto nos serviços de streaming.
Para quem quiser ver as edições anteriores da news, é só clicar aqui.
Então vamos aos destaques da primeira semana do mês. 🎬
Estreias no cinema - 05/12
Tem lançamento de 1979, documentário e um filme pros gays (pros gaysss!!! com a voz da Narcisa)!
Calígula: O Corte Final - lançado originalmente em 1979, essa obra polêmica foi restaurada em sua versão original pelo produtor Thomas Negovan. Esse novo corte foi exibido no Festival de Cannes de 2023. Entre as tretas que tornaram o filme infame, estão as cenas de sexo e violência, além de questões legais entre o roteirista, Gore Vidal, o diretor, Tinto Brass, e o produtor Bob Guccione. Claro que ao longo desses mais de 40 anos, a produção foi revista e reavaliada, ganhando o título de cult-classic.
Sinopse: Assombrado pelo assassinato de sua família, o jovem e desconfiado Calígula toma o trono do decadente Império Romano ao eliminar seu avô adotivo, mergulhando em um ciclo de corrupção, violência e insanidade.
Direção: Tinto Brass | Roteiro: Gore Vidal.
Elenco: Malcolm McDowell, Helen Mirren, Peter O’Toole, John Gielgud, Guido Mannari.
Duração: 2h58.
Os Sonhos de Pepe - Um dos presidentes mais fofos da América do Sul ganhou um documentário. O foco não é seu tempo na presidência do Uruguai, mas suas opiniões e perspectivas sobre o futuro do planeta.
Sinopse: Em um planeta a caminho do colapso climático, onde a humanidade persegue um modelo predatório de desenvolvimento e consumo, a filosofia do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, acende um alerta em todos nós. O sonho de Pepe é deixar um planeta melhor para as gerações futuras. No entanto, o tempo está se esgotando e não pode ser recuperado.
Direção: Pablo Trobo
Duração: 2h06.
Salão de Baile: This is ballroom - A cultura ballroom tem ganhado cada vez mais o mundo, com várias casas no Brasil reunindo pessoas pretas, travestis e demais representantes da sigla LGBTQIAPN+. Esse doc - que eu quero muito ver e que foi premiado no New York’s LGBT Film Festival e no Festival do Rio - mostra um pouco da cena do Rio de Janeiro.
Sinopse: Nas margens da Baía de Guanabara, uma comunidade de jovens resgata e vivencia a cultura dos bailes. Um retrato dos dramas, das performances de voguing e da arte do shade, 50 anos depois do seu início em Nova York.
Direção e Roteiro: Juru e Vitã.
Elenco: 007s, Casa de Cosmos, Casa de Dandara, Casa de Lafond, Casa Dy Fokatruá, entre outras.
Duração: 1h32.
Streaming
NETFLIX
01/12 - Taxi Driver (1976)
Direção: Martin Scorsese | Roteiro: Paul Schrader | Duração: 1h54.
Elenco: Robert DeNiro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Albert Brooks.
O clássico suspense de Martin Scorsese foi indicado a quatro Oscars, incluindo Melhor Ator para Robert DeNiro e Melhor Atriz Coadjuvante para Jodie Foster (com apenas 12 anos).
MAX
06/12 - Os fantasmas ainda se divertem (2024)
Direção: Tim Burton | Roteiro: Michael McDowell, Larry Wilson e Alfred Gough
Duração: 1h45.
Elenco: Michael Keaton, Winona Ryder, Catherine O’Hara, Jenna Ortega, Willem Dafoe, Monica Bellucci.
Essa sequência, 36 anos depois do primeiro filme, não me animou o suficiente para ver no cinema. Mas no sofá de casa, super vale (nem que seja pela maravilhosa Catherine O’Hara).
Pra ficar de olho 👀
Quando vi o trailer de Baby, a primeira coisa que eu gostei foi que tem “Foi mal”, da Urias, na trilha sonora e que também tem um pouco de ballroom. Mais um filme queer nessa edição, ele competiu no Festival de Cannes desse ano, ganhou o Prêmio do Júri no New York’s LGBT Film Festival, Melhor Filme Latino-Americano no San Sebastián International Film Festival e o Prêmio Especial do Júri, Melhor Filme, Melhor Ator e Direção de Arte no Festival do Rio. Premiadíssimo! 🏆
Do mesmo diretor de Corpo Elétrico, Marcelo Caetano, com roteiro de Caetano e Gabriel Domingues, o longa conta a história de Wellington, que sai de um centro de detenção juvenil e se vê sem rumo nas ruas de São Paulo, sem contato com seus pais e recursos para reconstruir sua vida. Durante uma visita a um cinema pornô, ele encontra Ronaldo, um homem mais velho, que ensina ao rapaz novas formas de sobrevivência.
Elenco: João Pedro Mariano, Ricardo Teodoro, Ana Flavia Cavalcanti, Bruna Linzmeyer.
O trailer saiu na semana passada e o filme chega aos cinemas no dia 9 de janeiro de 2025.
Vale a pena ver (de novo?)
Seguindo com a temática queer dessa edição, minha dica é o documentário Will & Harper, disponível na Netflix. O filme teve sua estreia no Festival de Sundance, em janeiro, e entrou no catálogo do streaming em setembro.
No estilo road movie, o doc acompanha o ator e comediante Will Ferrell (que fez parte do Saturday Night Live) e Harper Steele (que foi roteirista do mesmo programa por mais de 10 anos). Os dois se conheceram no SNL e se tornaram melhores amigos, quando Harper ainda era Andrew.
Em 2022, Harper começou o processo de transição de gênero e o filme mostra a dupla viajando pelos Estados Unidos. Não sou muito fã do Will Ferrell, acho caricato demais, mas ideia aqui é mostrar como os dois acabaram se adaptando à essa “nova” amizade e ele faz algumas perguntas que, certamente, muita gente gostaria de fazer a pessoas trans (e outras meio bobas e desnecessárias).
Outra parte importante da história, é mostrar como Harper se sente voltando a cidades e bares que ela gostava de frequentar antes da transição. Ela sempre teve o hábito de viajar, de carro, pelo país todo. Claro que a recepção ou aceitação de pessoas trans em lugares diferentes dos EUA varia muito mas, juntos, eles querem mostrar ou reforçar que o preconceito é mesmo o medo do desconhecido. Um dos momentos que mais gostei é quando eles encomendam uma música tema para a também atriz e comediante Kristen Wiig e, com a demora dela em entregar, cobram várias e várias vezes. Mas, ela entrega, o resultado é ótimo e pode ser ouvido aqui.
O ponto alto, claro, é a amizade dos dois, a confiança construída ao longo de quase 30 anos. O filme é muito bonito, vale a pena mesmo!
Direção: Josh Greenbaum | Duração: 1h54.
E assim, chegamos ao fim de mais uma newsletter!
Mais uma vez, obrigado pelas assinaturas, likes e compartilhamentos.
Continuem indicando para quem vocês acham que possa se interessar e gostar das sugestões. Até a próxima! 🎬